No terceiro estudo sobre plataformização da educação, CGI.br discute a importância do fortalecimento da soberania digital
Lançada nesta quarta-feira durante evento online, publicação encerra trilogia, que abordou problemas da entrada irrrestrita de recursos tecnológicos nas instituições de ensino e parcerias entre empresas privadas da área e o setor público
O estudo buscou ainda identificar quais são as condições necessárias para a organização e a manutenção de uma infraestrutura e um serviço de armazenamento e aplicações próprias para a educação. "Elaboramos não apenas uma análise aprofundada, mas um material propositivo, que enfatiza as soberanias digital e tecnológica a partir da avaliação da educação como um setor essencial e avança no debate sobre políticas necessárias nessa agenda", comenta Rafael Evangelista, conselheiro do CGI.br e coordenador do grupo de trabalho responsável pela publicação. No capítulo "Soberania Digital a partir da educação", são abordados o avanço de soluções tecnológicas modulares nas escolas, o controle da infraestrutura digital e a soberania. São mostradas também as diretivas quanto às plataformas comerciais educacionais em países europeus. Já o capítulo "Componentes para a infraestrutura digital educacional" destaca o ecossistema tecnológico e os tipos de soluções, além dos requisitos para a infraestrutura digital na educação. Antes das considerações finais, o capítulo "O papel das redes de ensino e pesquisa" discute a integração das redes, dá exemplos internacionais, mostra arranjos alternativos e discorre sobre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e as possibilidades no Brasil. A publicação apresenta ainda um estudo de viabilidade técnica e orçamentária. "Em linhas gerais, o estudo destaca a importância de se priorizar a construção de uma política de infraestrutura digital pública capaz de garantir soberania digital. O entendimento é que modelos baseados exclusivamente na terceirização de soluções tecnológicas podem enfraquecer a habilidade de Estados de criarem soluções para suas próprias questões e prioridades", complementa Evangelista. O documento foi lançado em evento online realizado nesta quarta-feira, 29, que contou com debate moderado por Evangelista. Participaram Priscila Gonsales, fundadora do Instituto Educadigital; Alexandre Costa Barbosa, pesquisador do Instituto Alemão de Internet – Weizenbaum e consultor em políticas digitais; e Henrique Parra, professor da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Reveja o evento em: Link Para conferir a íntegra da publicação "Educação em um cenário de plataformização e de economia de dados: soberania e infraestrutura", acesse: Link Série Intitulado "Educação em um cenário de plataformização e de economia de dados: problemas e conceitos", o primeiro documento da série, lançado em setembro de 2022, falou sobre as preocupações trazidas pela entrada irrrestrita de recursos tecnológicos na educação, processo intensificado pela Pandemia COVID-19. Ressaltou que, ao ofertar serviços aparentemente gratuitos, grandes corporações estrangeiras têm como contrapartida dados pessoais e metadados relacionados aos conteúdos e às informações compartilhadas e armazenadas nessas plataformas de ensino e aprendizagem. Dentre os problemas apontados pelo estudo estão a falta de transparência das soluções adotadas por instituições de ensino, bem como a ausência de autonomia nacional em termos de infraestrutura tecnológica de suporte ao ensino e à pesquisa e também falhas relacionadas ao uso comercial dos dados de alunos brasileiros, assim como a vigilância de suas atividades educacionais. A publicação abordou ainda ações estratégicas que podem ajudar a aprimorar a utilização da Internet no Brasil, com o incentivo ao desenvolvimento tecnológico nacional. Em novembro do mesmo ano, o CGI.br lançou o segundo relatório da série: "Educação em um cenário de plataformização e de economia de dados: parcerias e assimetrias", que trouxe um panorama sobre as tecnologias adotadas por secretarias estaduais e municipais de todas as capitais e de cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes durante os primeiros 18 meses da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. A partir de levantamento obtido via Lei de Acesso à Informação, constatou-se que quase a totalidade das escolas e universidades pesquisadas buscou soluções oferecidas por empresas privadas, sobretudo estrangeiras. O estudo investigou como esses acordos se deram, na prática, e quais os critérios estabelecidos.
Contatos para a Imprensa – NIC.br: Weber Shandwick PABX: (11) 3027-0200 / 3531-4950 Ana Nascimento - anascimento@webershandwick܂com - (11) 98670-6579
Assessoria de Comunicação – NIC.br Carolina Carvalho - Gerente de Comunicação - carolcarvalho@nic܂br Thiago Santiago - Coordenador de Comunicação – santiago@nic܂br
Flickr: Link |