‘A política foi feita por homens e para homens, mas chegou a hora de rompermos essa barreira’, diz Emília Ferraz durante entrevista
'A política foi feita por homens e para homens, mas chegou a hora de rompermos essa barreira', diz Emília Ferraz durante entrevista
Única candidata à deputada federal novata na política a aparecer nas pesquisas eleitorais, ela ressaltou a necessidade de se ter uma mulher representando o Amazonas na Câmara dos Deputados
Na manhã desta quarta-feira (28), a candidata à deputada federal pelo Amazonas, delegada Emília Ferraz (União), esteve na Rádio ZL/ZN, da Rede Norte Digital, onde participou do 'Jornal da Cidade', apresentado pelo jornalista Thiago Botelho. Na oportunidade, Emília falou sobre sua trajetória enquanto delegada de polícia, política e os anseios para a votação que ocorre no domingo (2).
Única candidata à deputada federal novata na política a aparecer nas pesquisas eleitorais, Emília contou que optou por fazer uma campanha sem grandes eventos, mas que esteve nas ruas diariamente ouvindo as necessidades da população. "Tomei a decisão de não fazer grandes comícios por entender que precisava ouvir a população. Tomei essa decisão porque tenho respeito pelo povo do meu Estado, porque não quero transformar a política em uma grande festa. Quero entender tudo o que está acontecendo, e dizer que vou sim me comprometer com cada um, que vou falar por essas pessoas", disse ela.
A decisão de entrar no universo político, segundo Emília, surgiu após os mais de 20 anos dedicados à Segurança Pública do Amazonas. "Entendi que minha responsabilidade social vai muito além do exercício do cargo de delegada. Durante o período em que fui delegada-geral, em que tive que tratar com o dinheiro público, dei uma resposta à sociedade economizando mais de R$ 2 milhões em combustível, por exemplo. Tomei a decisão de aceitar esse desafio, pois tenho a convicção que respeito o cidadão, que respeito o dinheiro do povo. Minha missão, agora, é transformar a vida das pessoas do Amazonas".
Ainda no aspecto político, a candidata à deputada federal destacou que as leis vigentes no Brasil, atualmente e em sua maioria, foram criadas por homens e para homens, mas que esse ciclo está prestes a ser rompido. "Romper essa barreira, assim como fiz na polícia que foi criada por homens e para homens, é necessário. Foi preciso uma mulher no comando da Polícia Civil do Amazonas para bater recordes de apreensão de drogas e de economia. Portanto, está na hora das mulheres romperem esse ciclo, essa barreira. Nas ruas, sinto que elas querem fazer diferença. Quando digo que Brasília precisa de uma mulher representando o Amazonas, é porque tenho a convicção de que se uma mulher for para lá, a realidade do nosso povo vai mudar".
Além da pauta de Segurança Pública, Emília adianta que os "invisíveis" também serão sua prioridade. "Quando falo invisíveis, são aquelas pessoas em situação de rua, viciadas em entorpecentes, mulheres que vivem oprimidas por violência, homens que voltam para casa sem comida pois não têm emprego. Essas pessoas terão dois olhos e uma voz no parlamento. Essas pessoas precisam de muito! Não dá mais para em 2022 manter o velho estilo político. Romper isso é fazer os invisíveis terem espaço", declarou.
Sobre o processo eleitoral deste ano, ela ressaltou que foi um "grande aprendizado". "Às vezes, pensamos que já vivenciamos tudo quando chegamos no ápice da nossa carreira, mas não sabia a grata surpresa que seria todo esse processo. Evolui enquanto ser humano, enquanto pessoa. Entendi a realidade das pessoas. Entendi o quer dizer político, o que quer dizer a palavra representatividade que o povo tanto espera. É necessário para ontem uma mulher em Brasília".
Antes de finalizar, ela lembrou que no domingo, dia da votação, é somente o eleitor, Deus, a urna e a consciência de cada um. "Não espera que as pessoas que hoje oferecem uma cesta básica, um gás de cozinha, não vão te cobrar um 'preço'. Porque ela vai! São 4 anos pagando o preço por vender o voto. Pesquise seus candidatos e, com certeza, você vai chegar à conclusão que eu cheguei: que é preciso ter uma mulher ficha limpa, honesta e responsável em Brasília".