TIC Kids Online investiga, pela primeira vez, frequência do uso de plataformas digitais por crianças e adolescentes
Pesquisa mostra que mais da metade dos usuários de Internet brasileiros de 9 a 17 anos acessa plataformas de mensagens e de compartilhamento de vídeos e fotos, "várias vezes ao dia" ou "todos os dias ou quase todos os dias"
Lançada nesta quarta-feira (23), a nova edição da TIC Kids Online Brasil mostra que 70% dos usuários de Internet de 9 a 17 anos acessam com frequência elevada o WhatsApp, sendo que 53% utilizam a plataforma "várias vezes ao dia" e 17%, "todos os dias ou quase todos os dias". Em seguida, aparecem YouTube, com 66% (43% "várias vezes ao dia" e 23% "todos os dias ou quase todos os dias"), Instagram com 60% (45% "várias vezes ao dia" e 15% "todos os dias ou quase todos os dias") e TikTok com 50% (37% "várias vezes ao dia" e 13% "todos os dias ou quase todos os dias"). A pesquisa, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), coletou pela primeira vez dados sobre a frequência de uso das plataformas digitais pela população analisada. Esses e outros indicadores inéditos foram apresentados durante o 9º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, organizado pelo NIC.br e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A frequência de uso das plataformas varia conforme a faixa etária. O YouTube, por exemplo, predomina entre os usuários de 9 a 10 anos (70% acessam "várias vezes ao dia" ou "todos os dias/quase todos os dias") e entre os de 11 a 12 anos (71% utilizam "várias vezes ao dia" ou "todos os dias/quase todos os dias"). Em ambas as faixas etárias, o WhatsApp ocupa o segundo lugar, com 52% de acessos "várias vezes ao dia" ou "todos os dias/quase todos os dias". Entre crianças de 9 a 10 anos, o TikTok (34%) supera o Instagram (23%). Entre aquelas de 11 e 12 anos, não há diferenças significativas entre o Instagram (42%) e o TikTok (41%). Já no caso dos adolescentes de 13 a 14 anos e de 15 a 17 anos, as plataformas utilizadas com frequência mais alta são o WhatsApp (73% e 91%, respectivamente) e o Instagram (78% e 81%, respectivamente). Dentre aqueles com idades entre 9 e 17 anos, 69% dos que acessam o WhatsApp pelo menos uma vez na semana informaram possuir perfil próprio na plataforma. As proporções foram de 63% para o Instagram, 45% para o TikTok, 42% para o YouTube, 19% para o Facebook, 8% para o Discord e 7% para o X (antigo Twitter). Considerando a mesma faixa etária, 72% disseram acreditar que podem usar redes sociais sozinhos, porcentagem superior à reportada por seus responsáveis quanto ao uso dos filhos (57%). "A participação online de crianças e adolescentes, incluindo em plataformas digitais, é um tema que vem permeando o debate público atualmente. Nesse contexto, o Cetic.br busca gerar evidências para que esses debates sejam baseados em dados, e para que estes dados também possam contribuir com a elaboração de políticas, regulamentações e outras ações necessárias relacionadas à questão. Essas foram algumas das razões que nos levaram a investigar a frequência de uso das plataformas digitais", explica o gerente do Cetic.br|NIC.br, Alexandre Barbosa. Atualmente, 93% da população brasileira de 9 a 17 anos é usuária de Internet, o que representa 24,5 milhões de pessoas. Mediação de responsáveis O estudo levantou que cerca de 3 a cada 10 usuários de Internet de 9 a 17 anos têm responsáveis que utilizam recursos para bloquear ou filtrar alguns tipos de sites (34%), para filtrar que aplicativos podem ser baixados (32%), que limitam as pessoas com as quais crianças e adolescentes podem entrar em contato por meio de chamadas de voz ou mensagens (32%), que monitoram sites ou aplicativos acessados (31%), que bloqueiam anúncios (28%), que alertam sobre o desejo de fazer compras em aplicativos (26% ), e que restringem o tempo na Internet (24%). A pesquisa identificou ainda que 61% dos responsáveis de usuários de 9 a 17 anos afirmaram "sempre" ou "quase sempre" olhar o celular para ver o que a criança ou adolescente está fazendo, ou com quem está falando (proporção é de 80% no caso de usuários com idades de 9 a 10 anos e de 40% para usuários de 15 a 17 anos); 51% determinam regras para a utilização do dispositivo (71% para os de 9 a 10 anos e 27% para os de 15 a 17 anos), e 30% suspendem a utilização do celular pelos filhos por algum tempo (45% para os de 9 a 10 anos e 15% entre 15 e 17 anos). Responsáveis de 83% dos usuários de 9 a 10 anos declararam que "sempre" ou "quase sempre" ensinam jeitos de a criança usar a Internet com segurança, e 86% disseram conversar sobre o que ela faz online (as porcentagens foram de 63% e de 55%, respectivamente, para os adolescentes de 15 a 17 anos). A edição de 2024 da TIC Kids Online Brasil inova ao investigar a percepção dos responsáveis sobre o pedido de orientação de crianças e adolescentes para o uso da Internet. Segundo declaração deles, 44% dos usuários de 9 a 17 anos "sempre" ou "quase sempre" contam sobre coisas que os incomodam ou "chateiam" na Internet, prática mais recorrente entre as meninas (46%) do que entre os meninos (28%). O estudo mostrou também que 44% afirmaram que a criança ou adolescente "sempre" ou "quase sempre" pede ajuda para uma situação no ambiente digital que não consegue resolver, 77% "acreditam que a criança ou adolescente utiliza a Internet com segurança" e 8%, "que a criança ou adolescente vivenciou situações incômodas na Internet". Riscos online Entre os usuários de 9 a 17 anos, 29% contaram ter passado por situações ofensivas, de que não gostaram ou os "chatearam" no ambiente digital. Destes, 31% falaram sobre o que aconteceu para seus pais, mães ou responsáveis; 29% para um amigo ou amiga da mesma idade; 17% para irmãs irmãos ou primos, e 13% não revelaram para ninguém. Outros 12% reportaram que foram tratados de forma ofensiva na Internet e 42%, que viram alguém ser discriminado online. Considerando o contato com desconhecidos, 30% dos usuários de Internet de 9 a 17 anos relataram que tiveram contato com alguém na Internet que não conheciam pessoalmente. Redes socais (15%) e mensagens instantâneas (14%) foram os principais meios em que a situação ocorreu. Classe e condições de acesso Conforme o estudo, 99% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos das classes A e B são usuários de Internet. Nas classes C e DE, as porcentagens são 93% e 91%, respectivamente. A TIC Kids online mostra ainda que 92% têm responsáveis usuários da rede. O domicílio é o principal local de acesso à Internet para crianças e adolescentes (99%) e seus responsáveis (98%). Dentre usuários de 9 a 17 anos das classes AB e C, 56% acessaram à Internet na escola, proporção de 44% para as classes DE. Do total de usuários de Internet de 9 a 17 anos, 81% reportaram possuir celular próprio, sendo que 97% das crianças e adolescentes nesta faixa etária pertencentes às classes AB têm o dispositivo. O mesmo acontece com 80% daqueles que estão na classe C e 77%, na classe D. A posse de celular foi maior entre adolescentes de 15 a 17 anos (93%) do que entre crianças de 9 a 10 anos (67%). "A forte presença de crianças e adolescentes na Internet, especialmente em plataformas digitais, evidencia a necessidade de ações para a garantia dos direitos e da proteção dessa população no ambiente online. Ao produzir indicadores sempre atualizados sobre oportunidades e riscos relacionados à essa participação online, a TIC Kids Online Brasil tem ajudado a orientar políticas públicas na área", enfatiza Renata Mielli, coordenadora do CGI.br. Sobre a pesquisa A 11ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil entrevistou presencialmente 2.424 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional. As entrevistas aconteceram entre março e agosto de 2024. A TIC Kids Online Brasil está alinhada com o referencial metodológico do projeto Global Kids Online, coordenado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), e com a rede Kids Online América Latina. A lista completa de indicadores pode ser conferida em Link. Já para rever o painel de lançamento da pesquisa, acesse Link. O Cetic.br disponibiliza, ainda, os microdados da 11ª edição do estudo para download, além das tabelas completas de proporções, totais e respectivas margens de erro em: Link. Sobre o Cetic.br O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre o acesso e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br|NIC.br é, também, um Centro Regional de Estudos sob os auspícios da UNESCO, e completa 19 anos de atuação em 2024. Mais informações em Link. Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio.br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/). Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em Link Contatos para a Imprensa – NIC.br: Weber Shandwick Assessoria de Comunicação – NIC.br Flickr: Link |
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