Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav) alerta para queda de 44% no volume de trabalho da cadeia produtiva em 2024 SÃO PAULO (29.11.2024) - O setor audiovisual do Brasil começou a sofrer os efeitos da desindustrialização, fruto da frágil política do Governo Lula para o setor. A avaliação é do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav), que aponta uma redução média de 44% de volume de trabalho dos profissionais da cadeia produtiva em 2024. "A maioria deles trabalha por projeto de filme, série ou documentário. Isso gerou uma queda acentuada na renda dos profissionais do setor, dos diretores de fotografia aos assistentes de figurino", comenta Leo Edde, presidente do Sicav. O fechamento de salas de cinema, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo, é outro ponto de alerta, pois reforça a instabilidade do setor e coloca o Brasil em desvantagem em relação a outros mercados. O eixo Rio-São Paulo concentra 90% das salas de exibição, 62% das empresas e 72% das produções certificadas do país. Além disso, Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) redirecionaram os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, principal mecanismo de financiamento do setor, para as chamadas cotas regionais. Em 2024, dos R$ 800 milhões anunciados, o valor disponível nessa modalidade cresceu 50%. Para empresas de MG, ES e estado do Sul, a verba dobrou; para as do N/NE/CO, cresceu 33%; para as produtoras do RJ e SP, onde a indústria é mais consolidada, houve corte de 35%. No momento em que o Governo Federal anuncia corte de gastos públicos e reconhece a necessidade de manter altos os níveis de emprego, diz o presidente do Sicav, é um equívoco ceifar os recursos destinados ao eixo RJ-SP. Assim como também é um erro estratégico discutir o financiamento do setor pela ótica ideológica. "O que o setor tem tentado discutir com o governo Lula 3 é que o fortalecimento da indústria audiovisual em outras regiões não deve ocorrer às custas da destruição do que já está consolidado". Edde comenta, ainda, que é preciso questionar os mecanismos atuais de monitoramento para a melhor utilização dos recursos públicos destinados pleo FSA, tanto em relação à transparência da sua aplicação, quanto em relação aos diferentes retornos do investimento. "Somos a favor de planejamento, acompanhamento e monitoramento para o desenvolvimento das empresas e realizadores do Brasil todo. Mas a verba pública aplicada precisa resultar em produtos que sejam realmente produzidos e assistidos, além de gerar um retorno social, econômico e estruturante". Assessoria de Imprensa: |
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