Só acesso o Skoob quando recebo e-mail avisando que alguem me adicionou etc. Daí aproveito pra atualizar com os últimos livros que li, e de vez em quando dou uma olhada nas resenhas que os outros usuários escreveram sobre esses livros. E só quando todas elas dizem o contrário do que eu penso, é que resolvo escrever minha própria. Fiz isso, e depois resolvi postar aqui também, pra não desperdiçar um texto tão grande, e também porque não atualizava o blog faz tempo.
De todos os livros que li que viraram filme, o único até pouco tempo atrás que me fez dizer o impensável (de que o filme é melhor) tinha sido As Crônicas de Nárnia, e escrevi uma resenha sobre isso (http://thiabolico.blogspot.com/2009/09/resenha-as-cronicas-de-narnia.html).
Mas agora me deparei com outro caso semelhante. O livro é bonzinho, a história é interessante, e o melhor é que envolve várias outras histórias célebres, mas a autora abusa do direito de considerar que o leitor é burro. Burro pra aceitar as ações e pensamentos completamente retardados em alguns momentos dos personagens. Até a polícia é burra demais pra saber que existem livros raros que valem uma fortuna (essa é a fraca justificativa para a polícia não ter papel nenhum numa história que se passa no 'mundo real', em que homens armados cometem um monte de crimes livremente).
Alguns personagens são interessantes em sua essência, como Mo, alguém que dá vida ao que lê nos livros. Mas são muito mal desenvolvidos, superficiais. O maior vilão da história, Capricórnio, não faz nada de realmente mau durante todo o livro. A autora tenta inutilmente fazer ele parecer assustador, mas esquece de colocar isso nas ações dele, e ele acaba sendo um dos vilões menos assustadores de todos os tempos. A protagonista, Meggie, simplesmente não cativa. O melhor personagem acaba sendo Dedo Empoeirado, que é boa pessoa, mas é egoísta, faz más ações etc, ou seja, tem mais profundidade que os outros. Isso foi bem explorado no filme, mas no livro nem tanto. Até a parte em que ele confronta, contra a vontade, o seu 'criador' é melhor no filme.
Enfim, a autora conseguiu criar uma história muitíssimo interessante (não foi a toa que leu tantos livros), mas por estar iniciando ainda, tem muito o que melhorar no desenvolvimento dessas histórias. Gostei muito das citações no início de cada capítulo, principalmente as de Tolkien e T. H. White. Deixam claro o bom gosto da autora, e também sua humildade, presente desde a dedicatória à sua filha, que largou o Senhor dos Anéis pra ler seu livro.
That’s all folks,
Thiago Henrik.