Resenha – As Crônicas de Nárnia

 

As Crônicas de Nárnia - Resenha      Desde que fiquei sabendo, há anos, que C. S. Lewis era amigo de J.R.R. Tolkien, fiquei curioso para ler este livro. Demorei a comprar o livro porque é difícil ter 90 reais dando sopa. Só comprei recentemente, quando o encontrei por 30 reais no Submarino.  
      Achei que encontraria algo parecido com a Terra Média, tipo O Hobbit, que é mais voltado para o público infantil. Mas aparentemente Tolkien era um egoísta, e não passou nada da sua genialidade para seu amigo C. S. Lewis. O livro é extremamente pobre se comparado à obra de Tolkien. Nárnia fica devendo pra várias outras terras imaginárias da literatura. Os personagens são pouquíssimo cativantes e a história é entediante em vários momentos. Até aí tudo bem, não foi primeira vez que li um livro ruim. O pior é o que não vem escrito na orelha…

      Vou colar aqui a resenha que escrevi hoje no Skoob (site sobre livros):

Ótimo para crianças, se você quer que elas aprendam que:

- Pessoas de pele escura são más.
- Povos com deuses e costumes diferentes do seu são cruéis.
- Só existe um Deus certo. Pessoas que cultuam outros deuses estão erradas.
- Se os colegas de escola a atormentam, Deus não se importa que você resolva com violência.
- Deus não gosta de garotas que crescem...

                                                             . . .


      Depois de assistir o primeiro filme, fiquei curioso sobre o livro. Achei que seria um grande conto de fadas, com um bom toque de Terra Média, já que Lewis é famoso por ter sido amigo de Tolkien. Mas minhas expectativas foram por água a baixo. Nem a genialidade de Tolkien, nem a magia non-sense presente nos contos de fadas estava nesse livro.

      Toda a trama e todos os conceitos do livro são trabalhados para se encaixarem numa ideologia Cristã ultra-conservadora. Aslam é uma exageradamente clara referência a Jesus Cristo, O Leão de Judá, ou o Cordeiro (formas com que Aslam se apresenta às crianças). "O bom leão, que deu seu próprio sangue para salvar Nárnia inteira." Isso fica mais claro quando você descobre que o país de Aslam é para onde se vai quando morre, e que ele também existe no 'nosso mundo' mas com outro nome.
      Não acharia mal nenhum nisso (também sou cristão), mas o autor faz isso tantas vezes, e de forma tão abusiva que incomoda. O Macaco, vilão do último livro pode ser tomado por um homem que acredita na lógica e na ciência (teoria da evolução), portanto, é mau. O autor coloca em sua boca palavras que, para mim, são corretas, mas que no contexto são mostradas como erradas e enganadoras, como: "Toda aquela velha história de que nós estamos certos e os calormanos errados é pura bobagem. (...) Tash e Aslam são apenas dois nomes diferentes, vocês sabem de quem..."

      Mas o pior é a óbvia discriminação racial presente no livro. Só alguém muito alienado(a) não perceberia as claras afirmações Anti-Árabe ou Anti-Otomanas. O mais cruel, mais vil e ganancioso povo de todos é descrito como um povo de pele escura, de turbante, com palácios atapetados, e que envergam Cimitarras em batalha. É terrível quando você vê um personagem se sentir feliz ao perceber que não é 'moreno' e sim da 'gente loura de Nárnia', como no livro O cavalo e seu menino: “Eram todos com a pele branca, e a maioria deles tinha cabelos louros.”. Até mesmo os personagens brancos são diferenciados pela cor do cabelo, quanto mais louros, mais virtuosos, como Pedro, Lúcia e Caspian. Os de cabelos negros apresentam quase sempre algum desvio de caráter como a inveja ou a vaidade.

      Susana sequer aparece no último livro. Segundo Pedro, ela "já não é mais amiga de Nárnia". Jill explica que é porque "agora ela só pensa em lingeries, maquilagens e compromissos sociais.". Pelo visto, Lewis não gostava de mulheres se não fossem mais criancinhas, ou ainda não fossem inofensivas velhas senhoras.

      Resumindo, Lewis e sua Nárnia tem o cristianismo de J. R. R. Tolkien e a ginecofobia de T. H. White, mas sem a genialidade e a habilidade desses dois autores. Dos sete livros se extraem algumas boas estórias, mas é um livro que eu não aconselho para crianças, que são extremamente influenciáveis.

 

Deixe sua opinião aí nos comentários, beleza?

Abraço,
Thiago Henrik

Comentários

  1. Você tem toda a razão. Passei quase 2 anos morrendo de vontade de ler esse livro. Não comprei por preguiça. A biblioteca daqui reabriu, e o primeiro livro que peguei foi ele, o volume único. No quarto capítulo do primeiro livro, O Sobrinho do Mago, já estava feliz... Por não ter gasto meu dinheiro com Aquilo.

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  2. mimimimi narnia eh uma merda

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  3. mimimi narnia eh uma meda...eu gostuh di istorias dumau

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