Fui assistir Coritiba X Holanda ontem, no Vivaldão. O jogo era válido pela primeira rodada da Copa do Brasil. Quem me acompanhou foi 'El Loco' Ariel, amigo argentino fanático por futebol, e que fez a besteira de ir vestido com a camisa do São Raimundo, time rival do Holanda, cuja torcida se concentrava junto à do Coritiba (meia dúzia de 'alemão' no canto da arquibancada, cercados de PM's), o que impediu que nós ficássemos junto à torcida organizada do Holanda, que ao lado da Raça Fla Manaus (que estava alí apoiando o Holanda), formavam a maior parte do público.
Bem, foi um jogão. Mas quero adiantar, que obviamente esse relato será feito com a parcialidade de um torcedor. Mas insisto em deixar claro, que tudo que direi é verdade, e que, mesmo a parcialidade presente no texto não se compara à parcialidade vista ontem naqueles que tem o dever de se manter imparciais.
Confesso que minha esperança era que o Holanda perdesse de pouco, para que houvesse segundo jogo, em Curitiba (de acordo com o regulamento, se o time visitante vence por 2 gols ou mais de diferença, não há segundo jogo, uma maneira de evitar que os times de poucos recursos façam uma viagem desnecessária, e que os times grandes tenham que 'perder seu tempo' jogando contra eles).
Mas os primeiros minutos de jogo me surpreenderam, e eu passei a acreditar na vitória do Holanda, que pressionava o Coritiba o tempo inteiro, e dava um show em jogadas. As oportunidades de gol perdidas foram incríveis, porque o Holanda chegava facilmente na área do Coritiba, e dificilmente passava sufoco na sua defesa, bem fechada.
Quando o Laranja abriu o placar, o público, de mais de 20 mil pessoas, foi ao delírio. Tudo levava a crer que seria um baile de carnaval adiantado. Holanda foi pro vestiário confiante.
Mas então, um personagem coadjuvante que já tinha tido várias participações na trama, resolveu virar o protagonista. O árbitro. Ajudado por seus comparsas auxiliares, fizeram o possível e o impossível (como não ver aquele penalti pro Holanda) para prejudicar o timinho que ninguém nunca ouviu falar, de um lugar que ninguém conhece (Se os times de capital, com mais de 100 anos de idade são roubados, imagine um com dois anos de idade, de Rio Preto da Eva).
(O árbitro se preparando para marcar uma falta inexistente a favor do Coritiba)
Foi triste de se ver. Vergonhoso. O Coritiba, como bom time sulista, abusou da catimba, bateu em quem quis, e o juiz ignorava veementemente. E se um jogador de camisa alvi-verde caia no chão, mesmo que sequer tivesse sido tocado, falta. Laterais invertidos, bandeira de impedimento levantada a cada entrada do Holanda na área do Coritiba... Aquilo mexeu com a torcida, que estava revoltada (perdi a voz com 10 minutos de jogo, só xingando o bandeirinha safado), e após um tempo mexeu com o Holanda, que caiu no nervosismo, permitindo o empate do Coxa, com gol contra (o "Ela, ela, ela, silêncio na favela" cantado pelos paranaenses, fez com que eu me arrependesse de xingar o Ariel por tacar uma garrafinha vazia na cabeça de um deles que passava, no intervalo). Ainda assim, o Holanda pressionava, e por muito pouco não voltou a ficar na frente do placar. Mas acabou cansando pelo meio do segundo tempo (resultado de pouca preparação, já que o time foi formado nas vésperas do jogo. Pré-temporada aqui é luxo), permitindo o avanço do Coritiba, que morria nas mãos do bom goleiro do Holanda (É claro que eu não sei o nome!).
Outra coisa que tem que ser dita é: Torcedor amazonense NÃO sabe torcer. Depois do gol de empate, a galera, que estava o tempo todo pulando, gritando, aplaudindo cada jogada, cada cortada, simplesmente murchou... nem a organizada fazia barulho. Assim não dá, né? Eu e um argentino eramos os únicos aplaudindo e agitando a bandeira do Amazonas o tempo inteiro. Aí fica difícil...
E o pior, começam a xingar. O próprio time! Xingam os jogadores, fazem brincadeiras, piadinhas. Caramba, que raiva que me dá. Já vi isso acontecer várias vezes. Não sabe torcer fica em casa, porra!
Bem, em campo o time continuou lutando, conseguindo algumas boas jogadas, mas a árbitragem realmente fez a diferença, e aos 48 do segundo tempo o Coritiba virou. Fim de jogo, do jeito que tinha que ser: o Grande vencendo o pequeno.
Agora é esperar o segundo jogo, onde o Holanda provavelmente será roubado em dobro (se com torcida a favor o juiz tem coragem, imagina contra).
Clique Aqui para ver os gols da partida.
De qualquer forma foi um jogo que valeu o ingresso. Muito bem jogado, com destaque pro super-goleiro-anão do Holanda, que só não defendeu o indefensável, pro negão de número 20, que sabia levantar a torcida, e pro atacante gordinho estilo Obina, que por incrível que pareça, pra mim foi o melhor em campo. O que ele entortou de alemão foi foda!
Nos resta torcer pro Fast ter melhor sorte na sua estréia.
Abraços,
Thiago Henrik.